30 de julho de 2012

Conhecendo e tratando a BULIMIA de forma séria


Olá Galerinha,

Vamos tratar de um assunto muito importante, que infelizmente fez parte da minha vida e eu nem sabia o que era, como tratar e como assumir. Vamos falar da BULIMIA.

Bulimia, segundo definições exatas do dicionário, é: uma irregularidade na digestão caracterizada por fome insaciável, seguida da ingestão desenfreada de alimentos, que levam a pessoa a provocar vômitos ou tomar laxantes na intenção de compensar toda essa ingestão.


* O que é a BULIMIA?

Bulimia, também chamada de bulimia nervosa, é um distúrbio alimentar no qual o indivíduo tem uma preocupação exagerada com o próprio peso. Pessoas com bulimia comem uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. Depois de comer, elas tentam se livrar do alimento através do vômito forçado ou uso de laxantes. A diferença da anorexia é que pessoas que têm anorexia comem tão pouco que se tornam extremamente magras. Já as pessoas que têm bulimia podem ter o peso normal ou até estar um pouco acima dele.

* Quais são as causas?

A bulimia afeta muito mais mulheres do que homens. O distúrbio é mais comum em mulheres adolescentes e em jovens adultas. A pessoa afetada geralmente está consciente de que seu padrão de alimentação é anormal e pode sentir medo ou ter sentimento de culpa associado aos episódios de comportamento bulímico. A causa exata da bulimia é desconhecida. Fatores genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais ou culturais podem contribuir para seu desenvolvimento. A bulimia provavelmente ocorre devido a mais de um fator.

* Incidência

A bulimia tem incidência maior a partir da adolescência e de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar seu problema. Cerca de 90% dos casos ocorre em mulheres entre 15 e 25 anos, onde a maior incidência acontece na faixa dos 18 anos de idade.

* Quais são os sintomas?

Geralmente, as pessoas que sofrem de bulimia sentem a vontade de comer coisas extremamente calóricas, como doces, chocolates, salgadinhos, etc. Às vezes compra e come tudo escondido; ela sabe que esse hábito não é normal, mas muitas vezes tem medo de assumir e ser condenada por outros. Após esses picos de alimentação exagerada o sentimento de culpa começa a falar mais alto e a pessoa corre atrás de métodos compensatórios a esse momento, como: provocar vômito, uso de laxantes e diuréticos, atividade física em excesso. Após essa purgação a pessoa se sente aliviada e sem essa sensação de culpa.

* Consequências da Bulimia

A baixo está uma imagem que descreve o que a bulimia causa no corpo da pessoa que sofre com a doença.




*Consequências Comuns 

  • Problemas nos dentes e gengivas; 
  • Desidratação; 
  • Fadiga; 
  • Ressecamento da pele; 
  • Arritmia cardíaca; 
  • Irregularidade ou perda da menstruação; 
  • Constipação; 
  • Humor depressivo e variável; 
  • Sono. 

*Possíveis complicações
A bulimia pode ser perigosa. Ela pode levar a complicações médicas graves ao longo do tempo. Por exemplo, os vômitos frequentes colocam ácido gástrico no esôfago (o tubo que liga a boca ao estômago), o que pode lesar permanentemente essa área.

Possíveis complicações incluem:
  • · Desequilíbrios eletrolíticos 
  • · Hemorroidas 
  • · Pancreatite 
  • · Inflamação na garganta 
  • · Rasgos no esôfago devido ao excesso de vômitos 

*Fatores psicológicos que afetam a pessoa bulímica

Alguns aspectos psicológicos frequentes em pessoas com bulimia são :
  • Baixa autoestima; 
  • Pensamento do tipo “tudo ou nada” (extremistas); 
  • Ansiedade elevada; 
  • Perfeccionismo; 
  • Dificuldade de encontrar formas saudáveis de obter prazer e satisfação; 
  • Excessivamente críticos; 
  • Excessivamente exigentes; 
  • Insatisfação constante. 

*Como detectar uma pessoa bulímica?

Para reconhecer se um parente ou conhecido pode estar sofrendo de bulimia, procure pelos sinais da doença apresentados abaixo. Se desconfiar de algo, busque ajuda profissional:
  • · Ir para o banheiro logo após as refeições. 
  • · Evita comer perto de outras pessoas. 
  • · Usa laxantes e diuréticos com frequência. 
  • · Come em excesso, mas não engorda. 
  • · Marcas de dentes na parte de trás das mãos devido à prática de provocar vômitos. 
  • · Fala constantemente sobre dieta. 
  • · Faz exercício durante horas. 
  • · Preocupação excessiva com o próprio peso. 

Atenção: observe se a pessoa sempre logo após as refeições costuma se enfiar demoradamente no banheiro. Pode ser que uma nova sessão de indução de vômitos vai começar. É bom investigar de maneira discreta.

* Tratamento

Bulimia tem cura e o tratamento normalmente envolve aconselhamento e terapia comportamental. Terapia de grupo, em que as pessoas com a mesma doença se reunem e compartilham suas experiências é bastante eficaz no tratamento de pessoas com bulimia. Muitas vezes, o aconselhamento é combinado com o uso de medicação antidepressiva. Algumas pesquisas sugerem que os antidepressivos podem reduzir alguns sintomas psicológicos da bulimia. Casos severos de bulimia podem exigir internação hospitalar.
( http://www.medsaude.com/bulimia.html )

Quando uma pessoa passa por esse tipo de problema, a ajuda e o apoio de amigos e familiares é fundamental. Dar trela para criticas de desinformados só ajuda a piorar a situação. Sempre tive medo de contar pros meus pais e eles me criticarem, mas quando eu contei aconteceu o contrário do que eu imagina, eles me deram todo apoio e estão me ajudando com tudo que podem. Achar que pode aguentar tudo sozinha (o) também não ajuda em nada. Agradeço a Deus por ter colocado no meu caminho pais compreensivos, um namorado que me entende e me apoia, uma prima que sempre ta me dando força, bem amigos e pessoas maravilhosas que estão me ajudando a passar por isso. Não tenha medo de assumir isso, tem muitas pessoas do seu lado que podem te ajudar, enfrentar sozinha só vai te deixar mais deprimida. Acredite no que eu digo. 
( Jé )

* Conclusão da Jéssica

No meu caso, os vômitos começaram involuntariamente, comecei a passar mal com a comida e esses vômitos foram ganhando frequência. Não vou mentir, em certos momentos eu realmente pensava no quanto o que eu estava comendo iria me engordar e às vezes quando eu vomitava eu sentia algo como: "Olha, tudo isso ai você não vai mais engordar". Mas eu evitava pra que esse sentimento tomasse conta dos meus pensamentos. Devido a esses vômitos serem diários eu tenho sentido muita dor agora, quando eu como sinto dor, às vezes eu perco a sensação de prazer em comer. O estágio em que eu deixei que isso chegasse fez que eu precise fazer muito esforço para não vomitar mais. Comigo não aconteceu dessa forma de eu começar a vomitar por não querer engordar, os vômitos eram involuntários, mas pode ser que em algum momento desse 1 ano vomitando, eu tenha sentido isso. Acredito que o fato de sempre ter sofrido preconceito dos outros e principalmente meu a respeito do excesso peso, o fato de sempre ter ouvido criticas por causa do meu corpo, o padrão de beleza da sociedade, tudo isso fez que meu cérebro guardasse isso em segredo dentro de mim e quando esses vômitos começaram, ele decidiu soltar tudo isso de uma vez. O fato de eu ter demorado pra procurar ajuda fez que eu chegasse a esse ponto. Os vômitos acabaram se tornando rotina, e de uns meses pra cá a dor também.

SE VOCÊ LEU ISSO E SE IDENTIFICOU EM ALGUMA COISA, POR MAIS SIMPLES QUE SEJA, PROCURE AJUDA.


NÃO PERMITA QUE UM BEM TÃO IMPORTANTE QUANTO SUA SAÚDE FIQUE DE LADO POR CAUSA DA SUA VERGONHA DE ASSUMIR QUE PRECISA DE AJUDA MÉDICA OU PSIQUIÁTRICA. 

Com Carinho,

Jé ♥



Um comentário:

  1. Depois de algumas semanas sem nenhuma crise de vômito, hoje eu vomitei. E chorei muito ao final do dia, porque não foi apenas uma vez, foram quatro, ou seja, todas as vezes que eu comi hoje, depois eu vomitei. E nem foram crises compulsivas. Foi consciência pesada por ter comido alguma coisa, por ter preenchido meu vazio, que é existencial, com brigadeiro e melancia. E quanto mais eu vejo meu peso cair na balança, mais desespero eu tenho TODAS as vezes que como QUALQUER coisa e em qualquer quantidade. É desesperador. É como se houvesse uma montanha russa de sentimentos que vêm todos a tona no decorrer de um dia.
    Tudo começou há tanto tempo que eu nem sei quanto exatamente, mas há pelo menos uns 7 anos eu comecei a vomitar para não engordar. O motivo inicial eu também não sei, mas sempre tive problemas em casa, como meus pais que sempre estiveram na iminência de uma separação, muita autocrítica (sou exigente e perfeccionista demais), muita expectativa de outros que eu desejava alcançar, não decepcionar. E no fim, sempre foram mentiras e mais mentiras, jogos e mais jogos, vômitos no banheiro, pela janela, na rua, em qualquer lugar. Às vezes eu precisava sair de casa, de noite, porque não aguentava não vomitar e no banheiro não era possível porque minha família estava por perto. Faço teatro desde criança e isso contribuiu para a exigência do estereótipo de um corpo esbelto. Magra eu nunca fui, mas da metade da adolescência em diante passei a cultuar um corpo esbelto e o mantenho até hoje, aos 21 anos, em que pernas bonitas e cintura fina contam tanto. Ainda mais quando você precisa exibi-los em um palco.
    Mas a gota d’água me veio hoje a tarde e eu sei porque... Foi no momento em que passei por um espelho em uma vitrine de loja e vi o quanto eu estava magra e bonita (não pesava o que a balança me contou hoje desde que estava na 8ª série do ensino fundamental!), mas ao ver meu rosto pensei “como você está bonita, mas não é feliz”. E aí sim, lembrei que tirar as notas mais altas da turma na faculdade, quase tirar a nota integral no TCC, pernas torneadas e barriga definida, etc, etc, etc, não me trouxeram um namorado que me amasse, nem me fazem encontrar motivos para acordar todos os dias e sorrir e dizer que vale a pena viver, nem pensar que eu tenho um futuro brilhante me aguardando ali na frente. A única coisa que consigo ver é o desejo de passar por uma ponte alta o suficiente para ninguém nunca mais me achar. Porque eu sinto que não consigo mais viver esta vida escondida, de sair por aí sorrindo e me matar chorando no quarto, sozinha à noite, de não poder contar nada para ninguém por medo de que se decepcionem, de que deixem de me amar, de não ser aceita por aquilo que sou em essência: alguém não sabe mais o que fazer e que precisa muito de ajuda, mas não sabe como nem com quem contar.

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